quinta-feira, 11 de março de 2010

Projeto libera cinzeiro nas calçadas de bares

A Câmara de Campinas aprovou ontem em primeira discussão um projeto de lei de autoria do vereador Biléo Soares

11/03/2010 - 08h44 .
Atualizada em 11/03/2010 - 10h21 Milene Moreto
Agência Anhangüera de Notícias

Após a aplicação da lei antifumo, no ano passado, as cidades do Estado de São Paulo ficaram com os ambientes públicos de uso comum livres da fumaça, mas ganharam um outro problema. Proibidos de colocar cinzeiros fixos nas entradas dos estabelecimentos, onde hoje ficam os fumantes, as calçadas e ruas agora acumulam uma quantidade absurda de bitucas. Grande parte das pontas de cigarro são recolhidas diariamente por 280 varredores da Prefeitura. Esses funcionários jogam fora 4,8 toneladas de lixo atirados em vias públicas. Para resolver a questão, a Câmara de Campinas aprovou nesta quarta (10) em primeira discussão um projeto de lei de autoria do vereador Biléo Soares (PSDB) que permite ao Município liberar a colocação de cinzeiros móveis fora dos estabelecimentos, atendendo ao programa Calçada Limpa.


Além de entupir bueiros, cada bituca demora ao menos dois anos para se decompor. “O que vemos é um mar de bitucas. Recebi muitas reclamações em Campinas, de donos de estabelecimentos e de moradores, que questionam qual é o problema de se colocar um cinzeiro na porta dos bares e restaurantes”, disse o vereador.


Alguns bares já colocaram cinzeiros móveis nas calçadas. O Giovannetti, unidade do Cambuí, instalou um cinzeiro móvel que é retirado da frente do estabelecimento quando o bar fecha. Para o gerente, Wagner Bordin, a medida ajudou a manter a calçada limpa. “Eu acredito que isso não infringe a lei. É bem melhor do que jogar a bituca no chão. Para tanto, colocamos o cinzeiro com o objetivo de colaborar com a limpeza da cidade”, disse.


O grande entrave hoje está nos bares que permitem que o cliente fume em uma área externa. A colocação de cinzeiros individuais nas mesas é vetada na legislação estadual. No bar Sociedade Alternativa, no Cambuí, os clientes jogam as bitucas no chão ao lado da mesa. Para o sócio-proprietário do bar, Nilson Jesus Almeida, dificilmente algum cliente vai levantar e depositar a bituca num cinzeiro instalado na frente do bar. “Não sei se pode colocar. Não levantei a questão com os fiscais. O que fazemos todos os dias é varrer o lugar onde ficam os fumantes”, disse.

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